Como superar um desafio em casal (ou em dupla, em família, em equipe…)
Já no primeiro dia de pedal a empolgação virou um perrengue. Não sabemos se foi desidratação ou insolação, mas quase faltou força pra chegar ao destino. Nessas horas, não é só a força de vontade que fala mais alto. Não é aquela bobagem de foco, força e fé.
Estávamos no meio do caminho, na hora mais quente do dia. Era uma subida dura, mas nem de longe a mais dura que íamos enfrentar. Depois, já no hotel, um perguntou pro outro se lá tinha sinal de celular e ninguém sabia a resposta. Não nos demos ao trabalho de verificar esse detalhe porque nunca nem passou pela cabeça a ideia de chamar ajuda.
Fomos frios e calculistas: sentamos no canto da estrada, numa pequena sombra, bebemos água, comemos uma paçoca (o equilíbrio perfeito entre doce e salgado), bebemos mais água. E decidimos empurrar as bicicletas morro acima.
Pra tomar essa decisão não foi levado em conta só o impulso de chegar. Sabíamos que a subida era curta e na descida a gente recuperaria o fôlego. Tínhamos informação pra tomar a decisão.
De novo no hotel, depois de banho, comida e chopp, conseguimos avaliar a situação com mais frieza. Daí saiu o ajuste fino no planejamento.
As decisões:
- Sair o mais cedo possível para evitar pedalar nas horas mais quentes;
- Estabelecer metas dentro de cada rota;
- Beber água com mais frequência.
Nos dias que seguiram, tudo funcionou como um relógio. Claro que não foi fácil, mas chegamos em todos os pontos com 5, no máximo 10 minutos de diferença do horário estabelecido como meta. E isso dá um ânimo tão grande que era como se a bicicleta fosse empurrada por uma mão invisível nas subidas difíceis.
Resumindo: um pouco de planejamento e preparação não fazem mal a ninguém. O Circuito Vale Europeu não é um passeio, mas também não é nada impossível. Não mudou nossas vidas, não mudou nosso relacionamento de casal, mas reforçou nosso jeito de ver a vida e nosso amor. E foi mais uma aventura e um desafio pra colocar na lista de Missão Cumprida.