Chegamos ao último dia sem nenhum tombo, nenhum problema mecânico, nem erro de rota. É lógico que nessa hora bate o medo desse bom resultado virar no final.
A última etapa do circuito é também a mais longa, com 53 km. Mas é no meio dela que estão os diferenciais do trecho: uma descida íngreme seguida de uma subida duríssima.
Depois, só descida até Timbó.
Depois de uma noite tensa na cabana do terror, saímos cedo, 7h, com uma só ideia na cabeça: chegar ao final. Inteiros.
Para isso, o planejamento era chegar ao começo da subida, perto do km 30, por volta das 9h. É claro que mais uma vez o calor vinha com força.
Mesmo segurando a ansiedade e atentos pra não acontecer nada de errado, mantivemos um bom ritmo e ainda curtimos a paisagem da primeira parte.
Na descida, sangue nos olhos e faca na bota pra não escorregar nas pedrinhas finas. No final, uma ponte de madeira coberta, com direito a mesas e bancos, virou o lugar perfeito pro primeiro lanche do dia.
Chegamos no início da subida as 9h, como planejado. O sol dessa vez se adiantou e veio forte antes das 10h. E a subida mais uma vez maltratou a gente. Muito íngreme e cheia de pedras, vamos subindo devagar, sempre com o barulho do rio que corre ao lado.
No topo, a alegria já era de final de etapa. A gente sabia que mesmo faltando uns 20 km, era praticamente só descida até o último carimbo do passaporte.
Segurando a ansiedade, tentando ignorar as dores do corpo e a sensação que as bicicletas estavam quase se desmontando, chegamos à ponte que marca o fim do circuito.
Cansados, com fome, queimados de sol, doloridos, mas absurdamente felizes. Mais uma grande aventura. Com certeza, a que mais exigiu do nosso corpo até hoje. Até a próxima.