Skyline. Todas as vezes que ouço essa palavra lembro de Manhatan. Nove entre dez vezes, elas estão juntas. Por um tempo até achava que era uma expressão que só se aplicava à ilha mais famosa do mundo, que fica na cidade mais famosa, cantada e festejada do mundo.
Finalmente estávamos de frente pro tal skyline, numa noite limpa de primavera. Aliás, de lado. Porque na nossa frente tinha um palco, com uma banda furiosa e um soulman desfilando clássicos do soul, blues e r&b. Debaixo dos nossos pés, grama do parque. Em volta de nós, jovens hipsters, executivos de gravatas frouxas, famílias, muita gente já passada dos 50, 60 anos. Atrás, a famosa Brooklin Bridge.
Quando a gente achava que nada podia ser mais New York que isso, percebemos que, à esquerda do palco, dava pra ver, meio de longe mas bem nítida, a Estátua da Liberdade. Pronto. Mais New York impossível.
Chegar lá não foi fácil. Era nosso terceiro dia na cidade e nosso nível de conhecimento do metrô já tinha passado do “sabe de nada, inocente” pro “acho que consigo me virar”. Nesse dia a dificuldade nem era qual linha pegar, mas qual estação descer. Várias delas estavam nas redondezas do Brooklin Bridge Park, local do show que celebrava o bairro.
Mas tudo fazia parte do plano viver em Noviorque, tentar ser o menos turista possível. Plano que já começou com a hospedagem, na casa de uma cantora brasileira casada com um americano. O bairro, Astoria, reduto de gregos, vale só pelas variedades de queijo feta que você pode comer. cada restaurante tem a sua receita.
Além da vizinhança querida, Astoria ainda tem a vantagem de ser fácil de chegar, pela linha R do metrô. Times Square estava a 20 minutos, por exemplo.
E um dia depois do outro, conhecendo melhor o bairro, visitando os pontos turísticos, a gente foi formando algumas ideias de negócio e de um belo ano sabático num futuro próximo.